Petição “Prémio José Afonso”
A atitude necessária! Há 18 anos consecutivos que a Câmara Municipal da Amadora (CMA), tem atribuído o PRÉMIO JOSÉ AFONSO (PJA). Inesperada e inaceitavelmente, no último ano, 2006, não o fez, porque o Júri não encontrou “mérito consonante com o prestígio do Prémio.“, nem organizou o FESTIVAL DE MÚSICA POPULAR PORTUGUESA (FMPP) do qual o PJA era o ponto alto. Tal conclusão tem duas causas, não sendo nenhuma delas da responsabilidade do Júri. São elas: 1ª – Alteração do regulamento do PJA; 2ª – O seu não cumprimento. Desde 1988 que o regulamento do PJA, no seu preâmbulo e artigo primeiro, indicava claramente as razões e o fim que se pretendia atingir com a atribuição deste galardão: Com o objectivo de homenagear JOSÉ AFONSO, incentivar a criação musical de raíz portuguesa e animar turística e culturalmente a Cidade da Amadora, organizará a autarquia anualmente um FESTIVAL DE MÚSICA POPULAR PORTUGUESA o qual terá como ponto alto a atribuição do PRÉMIO JOSÉ AFONSO. 1 – O PRÉMIO JOSÉ AFONSO destina-se a galardoar um álbum inédito editado durante o ano anterior ao da realização do FESTIVAL DE MÚSICA POPULAR PORTUGUESA, cujos temas tenham como referência a Cultura e a História portuguesas, tal como a obra do autor de “Grândola”. Na nova redacção aprovada pela CMA, embora articulada de outra forma, os propósitos enunciados anteriormente mantém-se. Todavia, procede a uma alteração de fundo que é a primeira causa do presente resultado, já que elimina a existência do Júri de Nomeação, constituído por jornalistas e um funcionário da autarquia, a quem competia “elaborar uma lista de trabalhos a propor ao Júri Final.”; modifica a composição do Júri Final, e, mais importante, passa a convidar, por escrito, as editoras para participarem enviando as obras que editaram e que entenderam estar de acordo com o Regulamento. Como se depreende, é toda uma nova filosofia que é adoptada, uma vez que se deixa o Prémio entregue ao maior ou menor envolvimento das editoras. E assim se chegou à frustrante edição do PRÉMIO JOSÉ AFONSO/2006. Apesar de não ter convidado, por desconhecimento ou por qualquer outra razão, todas as editoras da área da Música Popular Portuguesa, a CMA recebeu para concurso, os seguintes trabalhos:
“Apontamento” – Margarida Pinto
“Mulheres” – Vozes da Rádio
“Amores Imperfeitos” – Viviane
“Éramos Assim” – Boite Zuleika
“Groovin´on monster`s eye-balls ” – Hands on Approach
“Cacus” – José Peixoto e Carlos Zíngaro
“Coisas Simples” – Maria Léon
“Almadrava” – Marenostrum
“Cantes D´Álem Tejo” – Francisco Naia
Qualquer pessoa minimamente interessada e informada nestas coisas da música facilmente constata a diversidade de estilos musicais que a lista inclui: hip-hop, rap, pop, música tradicional portuguesa… E ela seguiu direitinha para o Júrí Final do PJA, sem que alguém da organização do evento, logo da CMA, tivesse confirmado se estes trabalhos, independentemente do seu valor e qualidade, estavam ou não de acordo com o Regulamento. E esta é a segunda causa da não atribuição do PJA. Por outro lado, se bem que face à última versão do Regulamento, a CMA não tenha que confirmar se houve ou não outros cd’s editados e eventuais concorrentes ao Prémio que não foram apresentados pelas editoras, o que é facto é que quer o vereador do pelouro, a sua assessora, entre outros, tinham em seu poder a lista elaborada pelo funcionário coordenador do processo de atribuição do PJA durante os 18 anos anteriores, Júlio Murraças, que, antes de se aposentar, lhes entregou. Dela constavam, além do “Almadrava” do Marenostrum e do “Cantes D´Álem Tejo” de Francisco Naia, os seguintes:
“Ulisses” – Cristina Branco
“Tributo a los laureados” – Fernando Tordo
“Filarmónica Gil” – Filarmónica Gil
“Modas i Anzonas” – Galandum Galundaina
“Ao vivo em Lisboa” – Joana Amendoeira
“Anjos da noite” – Jorge Vadio
“Tudo ou nada” – Kátia Guerreitro
“Faluas do Tejo” –Madredeus
“Diário” – Mafalda Arnaulth
“Transparente” – Mariza
“Obrigado” – Teresa Salgueiro
Face a este conjunto de trabalhos não temos quaisquer dúvidas em afirmar que um deles merece o PRÈMIO JOSÉ AFONSO/2006. Aliás, a qualidade exibida não prevê tarefa fácil para o Júri. Portanto, em nome do “ZECA”, da MÚSICA POPULAR PORTUGUESA, dos seus CANTAUTORES e da nossa CULTURA e IDENTIDADE, os abaixo assinados, propõem: 1 – Que a CMA anule a decisão do Júri de não atribuir o PJA/2006, saída da sua última reunião; 2 – Que se reabra o processo de atribuição considerando os trabalhos aqui apresentados; 3 – Que, para 2007, se altere o Regulamento do PJA de modo a não se estar exclusivamente dependente do que as editoras enviam, completando a lista de concorrentes com o resultado da pesquisa feita pelos serviços camarários.
20 de Janeiro de 2007 – Júlio Murraças
Link para a petição: http://www.petitiononline.com/ja25ja/petition.html
Apesar dos “prémios” valerem o que valem e só por si não serem aferidores da qualidade íntrinseca de uma obra, trata-se – neste caso – de uma completa subversão dos critérios que presidiram à criação do prémio JA. Por isso, devemos protestar contra a sua “não atribuição” e a melhor maneira de fazê-lo é subscrever a petição. Para que outras obras, editadas em 2005, possam ser igualmente avaliadas. É o mínimo que a CMA, se quer ser coerente nos seus critérios, deve organizar.
Podem fazer o favor de me informar quem são os elementos que compõe júri do PJA? Sobretudo pretendo saber se algum elemento da AJA faz parte do júri.
Para mim a nebuloso acerca da não atribuição do prémio é demasiado grande e, mesmo não dispondo de muitos elementos,estou (no mínimo)admirada!
Neste caso AVISAR A MALTa é assinar e por a circular a petição.
Se de cada um vierem MAIS CINCO …
a CMA poderá recuar na sua atitude, pelo menos desrespeitosa e desplicente para com o ZECA.
julio murraças
E ainda falta o último do Rodrigo Leão, que embora seja uma colectanea, trás musicas novas.