“Mudar de vida, José Mário Branco, vida e obra” é um documentário realizado por Nelson Guerreiro e Pedro Fidalgo. Trata-se de um retrato sobre a vida e obra do músico José Mario Branco, nascido em 1942, no Porto.
Desde o Estado Novo aos dias de hoje a sua voz e obra resistem. Amado por uns e temido por outros, as suas canções escritas há mais de 40 anos não perderam a actualidade. Ouça-se o protesto levado ao extremo no tema F.M.I., escrito em 79, canção maldita para os portugueses (proibida de ser emitida nas rádios por ordem expressa do autor). Seguindo os passos de Zeca Afonso, faz deste movimento de protesto um dos marcos mais importantes na arte e cultura do século XX, quer pela sua acção quer pelo seu efeito.
A rodagem começou em Abril de 2005 no concerto do seu último disco “Resistir é Vencer”. Durante estes anos, sem quaisquer apoios públicos ou privados, fomos filmando em Portugal e em França. Ensaios, gravações de discos, conversas, concertos serviram de ponto de partida para retratar o artista. 7 anos. Centenas de horas
De Camões a Natalia Correia, do erudito Fernando Lopes Graça às marchas populares, José Mário Branco reinventa a música portuguesa, abre espaço para novas vias como o Fado ou o Rap. Homem de ideais que acredita que esses mesmos ideiais, pouco se assemelham ao estado real das coisas. Aos 20 anos preso pela P.I.D.E exila-se em Paris, onde foi profundamente marcado pelo Maio de 68. Regressa a Portugal imediatamente a 25 de Abril de 74 onde viveu intensamente o P.R.E.C., a lutar pela mudança.
Músico, compositor, poeta, actor, activista, cronista, produtor musical, José Mário Branco é o homem dos 7 ofícios. Fala-nos de música, das suas convicções, da sua geração, do Estado Novo, da guerra colonial, da sua prisão e exílio. Não fosse ele o autor do tema “A Cantiga é uma Arma”, as suas canções como instrumento transformador da realidade mantêm-se desde a década de 70 actuais.
É preciso MUDAR DE VIDA!