Nota de pesar pelo falecimento de Carlos Antunes
A AJA lamenta o falecimento de Carlos Antunes, seu associado desde o tempo em que esta dava os primeiros passos, resistente antifascista desde os 16 anos, quando aderiu ao Partido Comunista. Homem inteligente e enérgico, foi responsável pela organização clandestina do Partido na região do Minho. A sua actividade política e a repressão que se vivia em Portugal levaram-no à clandestinidade e posteriormente a refugiar-se em Paris e na Roménia, tendo trabalhado nos “Comités de Ajuda ao Povo Português”. Mais tarde, rompe com o Partido Comunista, pelas posições que este partido assumiu em relação à invasão da Checoslováquia e também porque achava que só através da luta armada poderia ser derrubada a ditadura portuguesa. Nos finais dos anos 60 funda a “Brigadas Revolucionárias”, que liderou até 1974, juntamente com Isabel do Carmo, também já afastada do Partido. Em 1973 participa na criação do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRP). Depois do 25 de Abril participa em acções armadas que o levam a ser preso e condenado, embora posteriormente absolvido, cumprindo cinco anos de prisão. Foi sempre um homem do seu tempo, tomando posições radicais, seguindo atentamente os avanços e recuos políticos da democracia trazida pelo 25 de Abril, e aderiu ao Ecossocialismo, sendo autor do livro “ Ecossocialismo, Uma alternativa verde para a Europa. Em 2014 entra no filme “Outra forma de luta,” do realizador João Pinho Nogueira.
O COVID 19 venceu-o nesta luta final.