Léo Ferré e José Afonso
Quando me sinto mais debilitado psicologicamente, quando me vou abaixo, em português muito simples, penso em momentos muito bons que tive e na imensa sorte de de os ter vivido.
Curioso, pois vi hoje mesmo e meramente por acaso, no perfil de uma conterrânea de Viseu, uma frase que muito me serve de suporte. Diz ela que quando sentirmos que já nada vale a pena para continuar, e a todos penso que isso acontecerá por vezes, é humano, quando sentirmos isso com mais força, deveremos pensar naquilo ou nas razões que nos fizeram continuar até aqui! Dou-lhe toda a razão, agradeço-lhe imenso e até lhe envio um beijinho.
Bem, mas desta vez vou alegrar-me com duas fotografias que eu tirei num concerto de Léo Ferré, no Coliseu dos Recreios , e, imaginem, sentado ao meu lado, o Zeca Afonso. De tal forma que o Léo, que por acaso eu já conhecia pessoalmente, desceu do palco e veio cantar junto ao Zeca. Mais tarde, um ano depois, já com as fotos feitas em papel, em França, estive com o Léo. Assinou-mas não com a minha esferográfica, mas com um marcador grosso, verde, dele. E pediu-mas. Enviei-lhas depois de Lisboa e agora, alguém que terá tratado do seu espólio, as deve ter encontrado e dito: mas que raio de coisas são estas, para que quereria ele estas fotos aqui guardadas?
Engraçadíssimo, é que numa das fotos, vê-se perfeitamente o meu querido amigo Zaluar. E ele insiste para que a foto se inclua num livro que o meu amigo editor Baptista Lopes estará para “dar à luz”! A foto está disponível, o autor do livro e o editor que resolvam, eu dá-la-ei com gosto.
Mas ao Zeca também lhe dei a foto com o Léo. No dia do concerto do Coliseu, lá atrás na confusão dos camarins, no final de um concerto que quase me vale a vida e que tive o enorme prazer de fotografar todinho. Sempre à socapa, que eu só gosto de fotografia, não sou profissional, sou economista, proíbem-me cometer estes crimes!
Para vosso deleite, os que com isto se deleitam, ficam as fotos e a minha imensa alegria por ter sido “conhecido”, apenas isso, conhecido do Zeca e do Léo.
Vejam a carita simples e meiga do Zeca olhando para a minha lente! E a dedicatória do Léo: “à toi, Carlos. Léo “.
Carlos Pereira Martins
Bonito e esperançoso texto. Gostei muito das palavras simples e carinhosas como caracterizou as feições do Zeca. Sim, ele era isso mesmo, simples e meigo. Obrigado. VG