Jacinta e José Afonso
A cantora espera que, “com este prémio, surjam mais oportunidades” para apresentar o seu trabalho. O seu mais recente disco “Day dream”, onde contou com a produção do saxofonista Greg Osby, é uma das razões apontadas para a escolha dos 20 editores europeus da popular revista.
“Além deste meu trabalho, no qual canto de uma maneira que não está na moda, outras razões da escolha terão sido a minha voz forte, longe do registo cool jazz actualmente mais em voga e a forma de interpretar”.
Actualmente, está trabalhar o repertório de José Afonso com vista à edição de um novo álbum e a realização de vários espectáculos. “Desde sempre canto repertório do Zeca”, afirmou.
Segundo a cantora, “a aproximação a José Afonso deveu-se a Amílcar Vasco Dias, que chegou a fazer arranjos musicais para ele”. Jacinta explica que, “apesar de sermos superfiéis ao José Afonso, a nossa inovação é ao nível métrico, área que o jazz permite expandir e desenvolver”. Neste trabalho, Jacinta é acompanhada por Rui Quitano ao piano e Bruno Pedroso na bateria.
Depois de ter chegado à final de um concurso televisivo, em 1993, que procurava novos talentos, Jacinta mudou-se em 1997 para Nova Iorque, onde estudou na Manhattan School of Music.
“A criatividade constante, o recriar o tema, que obriga a que estejamos muito dentro da música”, são o que mais a atrai no jazz, conforme disse à Lusa quando lançou o seu primeiro álbum “Tribute to Bessie Smith”, um disco de prata. Posteriormente, editou um álbum com repertório de Thelonious Monk, que considerou “um desafio muito mais difícil, até porque ninguém o canta”.


