SINGLE/78rpm
Fados de Coimbra II, 1953
ALINHAMENTO
01. Fado das águias
LETRA Camilo Castelo Branco (1ª quadra)
Fernando de Lemos Quintela (2ª quadra)
MÚSICA Variante do Fado João Black
02. O sol anda lá no céu
LETRA Popular
MÚSICA Carlos Figueiredo
FICHA TÉCNICA
edição
Fábrica Portuguesa de Discos (Melodia 15.097, master FPD 219 e FPD 220)
gravação
Estúdios do Emissor Regional de Coimbra (Emissora Nacional), 1952
edição
1953
músicos
António Brojo e António Portugal: Guitarra Portuguesa
Aurélio Reis e Mário de Castro: Viola
edições estrangeiras
Brasil
OUTRAS EDIÇÕES
Coimbra, 1972
(reedição dos dois singles de 1953)
ALINHAMENTO
01. Fado das Águias
LETRA Camilo Castelo Branco (1ª quadra)
Fernando de Lemos Quintela (2ª quadra)
MÚSICA Variante do Fado João Black
02. O sol anda lá no céu
LETRA Popular
MÚSICA Carlos Figueiredo
03. Contos velhinhos
LETRA/MÚSICA Ângelo Vieira Araújo
04. Incerteza
LETRA/MÚSICA Eduardo Tavares de Melo
FICHA TÉCNICA
edição
Fábrica Portuguesa de Discos da Rádio Triunfo, Lda.
(Melodia EP-85-5)
edições estrangeiras
Angola
Eu posso-lhe contar um episódio. Fomos fazer aí um espectáculo e ele cantou o “Águia que vais tão alta” maravilhosamente. Deram-lhe aplausos. E no fim há um sujeito, um antigo estudante, um velhinho, que vai ter com ele e lhe diz “Você é realmente um cantor extraordinário e deve ser muito feliz”. E diz ele, “Você está enganado”, e acrescenta com aquele ar dele “Eu nem gosto do Fado de Coimbra”. Isto mostra que realmente o Zeca Afonso tinha de evoluir para outro tipo de música.
O fado de Coimbra era um folclore de elite, apesar de popularizado. Atraía irresistivelmente os "futricas" com quem os estudantes tinham relações simultâneas de carinho e ressentimento. Essa atracção popular explica o caso de grandes cantadeiras como a Cristina Matos Cortesão, que passou por várias Repúblicas e pelas «fogueiras» e foi uma grande intérprete também do fado de Coimbra. Trata-se de um duplo filão: o do fado de Coimbra, que na sua fase de consolidação chega ao esquema de duas quadras e se canta em serenatas, e as músicas das "fogueiras", grandes manifestações populares onde se podia ouvir o «Real das Canas», o «Apanhar o Trevo» e o «Vai para o Prego, Meu Violão».
Devo muito ao meu tio (tio Filomeno), com o qual não tenho pontos de contacto ideológico, mas que me ensinou a cantar e me incutiu o gosto pela música, a Flávio Rodrigues, José Roseiro Boavida, Edmundo Bettencourt e José da Lata (cantor popular do Pico), às cantadeiras das fogueiras de São João (Coimbra), a Cristina de Matos Cortesão (empregada doméstica de várias repúblicas) com quem aprendi várias cantigas.