SINGLE/78rpm
Fados de Coimbra I, 1953
ALINHAMENTO
01. Contos velhinhos
LETRA/MÚSICA Ângelo Vieira Araújo
02. Incerteza
LETRA/MÚSICA Eduardo Tavares de Melo
FICHA TÉCNICA
edição
Fábrica Portuguesa de Discos (Melodia 15.090, master FPD 223)
gravação
Estúdios do Emissor Regional de Coimbra (Emissora Nacional), 1952
edição
1953
músicos
António Brojo e António Portugal: Guitarra Portuguesa
Aurélio Reis e Mário de Castro: Viola
OUTRAS EDIÇÕES
Coimbra, 1972
(reedição dos dois singles de 1953)
ALINHAMENTO
01. Fado das Águias
LETRA Camilo Castelo Branco (1ª quadra)
Fernando de Lemos Quintela (2ª quadra)
MÚSICA Variante do Fado João Black
02. O sol anda lá no céu
LETRA Popular
MÚSICA Carlos Figueiredo
03. Contos velhinhos
LETRA/MÚSICA Ângelo Vieira Araújo
04. Incerteza
LETRA/MÚSICA Eduardo Tavares de Melo
FICHA TÉCNICA
edição
Fábrica Portuguesa de Discos da Rádio Triunfo, Lda.
(Melodia EP-85-5)
edições estrangeiras
Angola
(...) Outra coisa: fiz as gravações que sairam porreiras. Conto portanto que faças a devida propaganda dos meus discos. Lembra-te que é uma época de ressurgimento duma das coisas que individualiza o nosso meio académico. É toda uma geração de Hilários, Manassés, e depois Bettencourts, Gois, Junots e Paradelas que sai vingada de todos esses narcóticos radiofónicos que a Emissora Nacional espalha para aí aos quatro ventos.
As minhas primeiras veleidades de cantor surgiram quando andava no 6º ano do liceu. As noites passava-as em deambulações secretas pela cidade, acompanhado de meia-dúzia de meliantes da minha idade, amantes inconsequentes da noite. Com uma guitarra e uma viola fazíamos a festa. Estávamos ainda longe do hieratismo triunfal das serenatas na Sé Velha diante de multidões atentas e respeitosas. O velho Flávio Rodrigues continuava a ser o "Mestre", venerado por um pequeno discipulado de guitarristas e acompanhadores (...) Seguiu-se um período de promoção fadística em que acabaram por me colocar no palanque das estrelas de primeira grandeza. Outros acompanhadores (peritos e sisudos) e outras oportunidades em viagens promovidas pela Tuna e pelo Orfeon.
Em Coimbra, ninguém sabe quando é que começou a cantar. Qualquer tipo que tivesse um bocado de voz, pouca ou nenhuma era imediatamente agarrado àqueles grupos que tu conheceste de serenatas. (...) Havia um mecanismo muito interessante, não sei se vem da burguesia ou se vem da nobreza, quando um indivíduo estava interessado por uma rapariga (...) convidava o amigo que sabia cantar. E esse sujeito, depois, fazia a homenagem amorosa, mandatado pelo outro. Era muito frequente. Em parte, nessas serenatas, a incumbência que me era atribuída era essa... de adoçar o indivíduo para a dama dos seus sonhos.